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Como citar este documento: LOMBARDI, Marina Salles Leite; SILVA, NAKAOSHI, Iury Lima. Friedrich Nietzsche. Cursinho Popular IFSP Itapetininga, Itapetininga, fev. 2021. Disponível em: https://cursinhopopular.itp.ifsp.edu.br/site/cursinho/home/materias/friedrich-nietzsche.html. Acesso em: [data de acesso].
Tópicos: Filosofia; Friedrich Nietzsche; Moral; Razão e Emoção; Moral Cristã; Niilismo;
Contextualização:
Friedrich Nietzsche foi um filósofo prussiano do século XIX (1844-1900). Dentre suas contribuições para a filosofia, estão profundas críticas aos estabelecimentos da moral cristã ocidental, a filosofia desenvolvida no período helenístico e a sobreposição da razão acima da emoção. A filosofia de Friedrich Nietzsche (1944-1900) está entre uma das mais influentes vertentes do pensamento da história do mundo ocidental. Nietzsche influenciou uma gama de intelectuais após sua passagem pelo mundo, tais como Jean Paul-Sartre, Michael Foucault, Simone de Beauvoir, Max Weber, dentre outros. Então, elaboramos uma síntese de pontos importantes a serem abordados para que se compreenda pouco mais de sua filosofia que por si só é bastante complexa e profunda. Vamos lá?
Como citar este documento: LOMBARDI, Marina Salles Leite; NAKAOSHI, Iury Lima. Friedrich Nietzsche. Cursinho Popular IFSP Itapetininga, Itapetininga, fev. 2021. Disponível em: https://cursinhopopular.itp.ifsp.edu.br/site/cursinho/home/materias/friedrich-nietzsche.html. Acesso em: [data de acesso].
Friedrich Wilhelm Nietzsche nasce em Röcken, Alemanha, em 15 de outubro de 1844, em uma família muito ligada ao cristianismo protestante. Seu pai falece ainda muito jovem, quando tinha apenas cinco anos. Em sua juventude, pretendia seguir os passos de seu pai – que era pastor protestante – e aprofundou na leitura bíblica. Com 14 anos, recebe uma bolsa de estudos de preparação para o Clero. Se destaca nos estudos religiosos, literatura alemã e estudos clássicos. Tudo indicava que seguiria o rumo de sua vida dentro da religião, porém após algum tempo, passa a criticar os dogmas cristãos.
Termina seus estudos em 1864 e enfoca em continuar na área acadêmica. Adentra mais profundamente em Teologia – estudo crítico da natureza dos deuses e seres divinos - e Filologia – estudo de línguas clássicas, onde se aprofunda no estudo das culturas da Grécia Antiga, período histórico que muito influenciou o desenvolvimento de sua filosofia.
Acaba sendo convocado para o exército prussiano, onde sofre uma queda de cavalo que acaba por ser bastante grave. Se recupera e volta aos estudos. Em 1869, é contratado pela Universidade da Basileia como catedrático de Filologia Clássica. É nessa época que conhece a filosofia de Schopenhauer.
Em 1870, pede licença da universidade para adentrar o Exército novamente por conta do deflagrar da Guerra Franco-Prussiana, período onde contrai difteria, retornando para Basileia para se reestabelecer.
Em 1871 publica seu primeiro livro: "O nascimento da Tragédia no Espírito da Música", que em 1875 tem a segunda edição publicada com o adendo "Helenismo e Pessimismo".
Em 1883 lança o livro "Assim Falava Zaratustra", obra mais conhecida, onde Nietzsche aborda ideias importantes de sua filosofia: a ideia de Super-Homem, inversão de valores morais, a moral do Senhor etc.
Em 1886, lança "Além do Bem e do Mal", onde desenvolve uma crítica a religião, a moral e a filosofia, traçando congruências entre ambas
Em 1895, publica "O Anticristo", o qual iniciou a escritura por volta de 1895, que compara diversas religiões com o cristianismo, criticando então a forma que a instituição cristã opera, já que a moral cristã traz como centro da vida o além e não o mundo presente, físico.
Nietzsche sofre um grave colapso nas ruas de Turim, em 1889, onde perde totalmente sua razão. É internado e diagnosticado com paralisia progressiva, muito provavelmente por consequência da Sífilis.
Falece, então, em Weimar, Alemanha, em 25 de agosto de 1900.
Figura 1 – Friedrich Nietzsche em pintura
Fonte: The Habitat (https://thehabitat.mblycdn.com/th/resized/2019/03/688x459/182927237-1024x683.jpg)
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Os estudos de Nietzsche sobre a cultura da civilização Grega acabaram por influenciar diretamente em sua perspectiva filosófica. Isso se torna claro quando, ao traçar uma relação entre os dois opostos da natureza humana – a racionalidade e a paixão – utiliza como base os deuses gregos Apolo e Dionísio. Na mitologia grega, Apolo é representado como deus da Ordem e da Justiça – aspectos mais ligados ao lado racional da natureza humana. Já Dionísio era o deus relacionado a Paixão, Libido, Festas – mais relacionado ao lado irracional, sentimental, do ser humano.
Figura 2 – Estátua representando Deus Apolo
Fonte: Mundo da Filosofia (https://mundodafilosofia.com.br/friedrich-nietzsche-antirracionalismo-e-transvaloracao/)
Figura 3 – Estátua representando Deus Dionísio
Fonte: Pinterest (https://br.pinterest.com/pin/398850110753287940/)
Para Nietzsche, a busca do equilíbrio entre os dois extremos da natureza humana deveria ser equilibrada. Prejudicado era o humano que permitia o sobrepor da Razão acima da Paixão, e vice-versa.
Logo, no decorrer da construção de seus conceitos, Nietzsche confronta os filósofos do período Helenístico (Séc. III a II A.C), dentre eles Platão e Aristóteles.
Para Nietzsche, a busca do equilíbrio entre os dois extremos da natureza humana deveria ser equilibrada. Prejudicado era o humano que permitia o sobrepor da Razão acima da Paixão, e vice-versa.
Logo, no decorrer da construção de seus conceitos, Nietzsche confronta os filósofos do período Helenístico (Séc. III a II A.C), dentre eles Platão e Aristóteles.
Nietzsche, nos seus estudos sobre a cultura da antiguidade grega, encontra nos filósofos do período helenístico pontos falhos. É exatamente no período helenístico que encontramos, na filosofia, uma supervalorização de questões metafísicas – como o intelecto – que acabavam por ofuscar o lado físico, corpóreo e sentimental. Logo, havia uma sobressalência vigente na filosofia deste período grego que trazia notório destaque para as Forças Apolíneas, o que tornava então a vontade passional humana algo pejorativo.
Figura 4 – Estátua representando Platão, filósofo do período helenístico
Fonte: Oleniski (2018) (http://oleniski.blogspot.com/2018/01/mircea-eliade-platao-anamnesis-e.html)
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Segundo Nietzsche, existe uma congruência notória entre os aspectos da moral cristã quando colocados em comparação aos pensamentos da filosofia helenística, e conclui que os pensadores do período helenístico, na construção de seus pensamentos, formam pilares da moral cristã. Um dos motivos dessa congruência é exatamente o tornar da emoção um aspecto negativo, que deve ser controlado pela razão.
Em rodas de diálogo filosóficas, por exemplo, se embebedar – ou seja, seguir a vontade do corpo de consumir álcool – poderia tornar o debate prejudicado – então tornando o aflorar da emoção como prejudicial aos aspectos racionais. Logo, de acordo com filósofos do período helenístico, esta vontade física deveria ser controlada pelas Forças Apolíneas, a fim de tornar todo o debate entre os filósofos mais produtivo.
Perceba que o controle da Razão acima da Emoção também é muito enraizado na moral cristã da sociedade vigente. Um exemplo bem claro disso é a homossexualidade, bastante negativada pela sociedade que segue os moldes cristãos. O enraizamento do preconceito que afeta as pessoas homossexuais acaba por ir diretamente contra aos interesses passionais do ser, que muitas vezes acaba por ter que esconder sua natureza – utilizando sua razão – para que seja mais aceito socialmente.
Nietzsche utiliza o conceito de pecado para estabelecer sua crítica a moral cristã. Segundo Nietzsche, o pecado é um agente controlador do ser humano e é essencial, desde a criação da instituição cristã até os dias atuais, pela perpetuação da moral ocidental – e consequentemente, pela perpetuação do próprio controle social estabelecido pela moral cristã.
Nietzsche diz que, mesmo que a instituição cristã demonize o pecado e lute pelo seu fim, pouco interessa a ela própria a inexistência do pecado, por conta de que é ele próprio que move e serve de pilar do estabelecimento do controle do cristianismo. Ora, é o pecado que gera o arrependimento, é o arrependimento que move as pessoas a igreja, é a igreja que taxa as pessoas que a procuram, e são as pessoas que pecam. Sem o pecado, este ciclo se quebra, tornando então o ser humano "salvo", - seguindo as diretrizes morais do cristianismo -, tornando então a própria instituição cristã desnecessária.
É de suma importância ressaltar que o próprio livro
, mesmo com seu título forte, não traz críticas a Cristo em específico, mas sim a toda moral Cristã construída, como também a instituição Cristã, que estabeleceu essa moral no ocidente e dela se aproveita para a sua própria perpetuação.
L&PM. O anticristo. Porto Alegre: L&PM, [2008?]. Disponível em https://www.lpm.com.br/site/default.asp?Template=../livros/layout_produto.asp&CategoriaID=526091&ID=538291. Acesso em 23 set. 2021.
Nietzsche, em seus comparativos entre as civilizações pré-helenísticas com as civilizações ocidentais modernas, acaba por observar que existe uma inversão de valores morais. Serve de exemplo a relação entre Bom e Ruim (estabelecido nas civilizações pré-socráticas) e a relação Bom e Mau (já estabelecido na moral cristã). Vamos compreender esta inversão de valores, segundo Nietzsche:
Nas civilizações pré-socráticas, aquele considerado Bom era a pessoa que possuía grande força, sabia se posicionar socialmente, se destacava etc. Já o Ruim era o fraco, seguidor de ordens, que pouco se posicionava socialmente e tinha sua vida guiada por terceiros.
Já na moral cristã, existe uma inversão de valores. O Bom, no caso, é o humilde, o caridoso, o que se doa, que não se aproveita do esforço dos outros para o próprio bem-estar. Já o Mau é o oposto – é o que segue seus próprios interesses, pouco se importa para o bem-estar do próximo e é mais individualista.
Então, para Nietzsche, a moral cristã acabava por enfraquecer o ser-humano e tornava-o limitado. É notório, então, que existe uma inversão de valores morais: O Bom da moral cristã é o ruim da filosofia pré-socrática. O Mau da moral cristã é o Bom da filosofia pré-socrática.
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Como citar este documento: LOMBARDI, Marina Salles Leite; NAKAOSHI, Iury Lima. Friedrich Nietzsche. Cursinho Popular IFSP Itapetininga, Itapetininga, fev. 2021. Disponível em: https://cursinhopopular.itp.ifsp.edu.br/site/cursinho/home/materias/friedrich-nietzsche.html. Acesso em: [data de acesso].
Perspectivismo é uma vertente filosófica criada por Leibniz e muito explorada por Nietzsche nos seus estudos sobre moral. De forma bem sucinta, o perspectivismo diz que toda a percepção e pensamento tem lugar a partir de uma perspectiva que é alterável. Para Nietzsche, a construção de conceitos morais que abrangem os indivíduos é mutável, variam de perspectiva para perspectiva. Em suma, existem objetos de estudo diferentes, que podem vir a ser observados por pessoas diferentes, de diferentes ângulos. E cada indivíduo terá uma interpretação diferente deste objeto de estudo.
Figura 5 – Gottfried Wilhelm von Leibniz, pai do perspectivismo.
Fonte: eCalculo (http://ecalculo.if.usp.br/historia/leibniz.htm)
Na questão moral, os conceitos de certo e errado podem variar de pessoa para pessoa, mas de fato Nietzsche defende que os conceitos morais individuais são muito influenciados pela construção histórica e, seguindo suas críticas, a moral cristã que se torna a maior influenciadora dos conceitos morais individuais no ocidente.
O conceito de Super-Homem é desenvolvido por Nietzsche e muito se entrelaça no estudo da moral da sociedade a qual vivia. Para o filósofo, o Super-Homem é aquele ser humano que se desprende de todas as influências morais institucionalizados pela sociedade. Vale ressaltar que esta é uma tarefa bastante complexa, já que desde o nosso nascimento, somos notoriamente influenciados pela moral do mundo que nos cerca.
Figura 6 – Imagem cômica de Nietzsche como Superman.
Fonte: Psicoativo (2006) (https://psicoativo.com/2016/04/nietzsche-superman-eterno-retorno-e-vontade-de-potencia.html)
Então, O Super-Homem é aquele que por ele próprio desenvolve sua própria moral, sua ideia de certo e errado, de bom e ruim, de bom e mau, não necessitando que essas regras sejam ditadas por uma sociedade construída. De fato, é um ponto polêmico, como todas as obras de Nietzsche, e pode abrir portas para várias interpretações equivocadas, que podem ser danosas a toda a sociedade se aplicadas de
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GUIMARÃES, M. J. Hitler: o ditador era um leitor fanático. Público, Maia, 1 mar. 2011. Disponível em https://www.publico.pt/2011/03/01/culturaipsilon/noticia/hitler-o-ditador-era-um-leitor-fanatico-1482733. Acesso em 23 set. 2021.
Para Nietzsche, existe uma relação clara entre os considerados fortes e os considerados fracos. Estabelecendo um comparativo direto, o indivíduo que segue a Moral do Senhor é aquele que segue os próprios interesses, constrói sua própria trajetória e é responsável pelo próprio destino. Já o indivíduo que segue a Moral do Escravo é guiado, segue a vontade de outros ou de uma moral que acima dele está e pouco interfere na própria vida.
Um exemplo que pode ser dado é a frase "porque Deus quis", ou "foi a vontade de Deus". Para Nietzsche, a sociedade que segue a moral cristã possui em seu cerne a Moral do Escravo quando se deixa levar pela vontade de Deus, e não pela vontade própria de cada indivíduo.
O termo niilismo já perdurava antes de Nietzsche, e muitos creditavam a ele o significado "negação de quaisquer valores". Porém Nietzsche traz o termo para a sua filosofia, e diz que o niilismo seria a negação da vida. A vida – "dominação, violência, afirmação de si, exercício da força, se desligar do rebanho e se individualizar, enfrentar o mundo de peito aberto e não se enganar com falsas crenças, amar o mundo do jeito que ele é" – não é bem valorizada por um niilista.
Para Nietzsche, o niilista segue valores que não são condizentes com a natureza, com a realidade, com o próprio humano. E, como em boa parte de seu trabalho, Nietzsche utiliza o termo para criticar a moral cristã, que acabava por focar sua vida em uma possível salvação futura – o passe para o paraíso – e acabava por deixar de viver o momento presente, o agora.
Licenciada sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License. Cursinho Popular IFSP Itapetininga 2021
Como citar este documento: LOMBARDI, Marina Salles Leite; NAKAOSHI, Iury Lima. Friedrich Nietzsche. Cursinho Popular IFSP Itapetininga, Itapetininga, fev. 2021. Disponível em: https://cursinhopopular.itp.ifsp.edu.br/site/cursinho/home/materias/friedrich-nietzsche.html. Acesso em: [data de acesso].
ACOSTA, L. G. G. Nietzsche professor: por um ensino de filosofia potencializador. REFilo, Santa Maria, v. 3, n. 2, p. 180-194, 2017. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/refilo/article/view/30473. Acesso em: 23 set. 2021.
FILOSOFIA no ENEM: Nietzsche. [S. l.: s. n.], 2018. 1 vídeo (11 min). Publicado pelo canal Brasil Escola. Disponível em https://youtu.be/GicKlIA94Wc. Acesso em 07 set. 2021.
FRAZÃO, D. Friedrich Nietzsche: foi um filósofo alemão. eBiografia, [s. l.], 2019. Disponível em https://www.ebiografia.com/friedrich_nietzsche/. Acesso em 07 set. 2019.
Friedrich Nietzsche: resumo de filosofia para o Enem. [S. l.: s. n.], 2018. 1 vídeo (5 min). Publicado pelo canal Curso Enem Gratuito. Disponível em https://youtu.be/kav7jvchGUw. Acesso em 07 set. 2021.
GUIMARÃES, M. J. Hitler: o ditador era um leitor fanático. Público, Maia, 1 mar. 2011. Disponível em https://www.publico.pt/2011/03/01/culturaipsilon/noticia/hitler-o-ditador-era-um-leitor-fanatico-1482733. Acesso em 23 set. 2021.
L&PM. O anticristo. Porto Alegre: L&PM, [2008?]. Disponível em https://www.lpm.com.br/site/default.asp?Template=../livros/layout_produto.asp&CategoriaID=526091&ID=538291. Acesso em 23 set. 2021.
Nietzsche para o ENEM – aula 20. [S. l.: s. n.], 2018. 1 vídeo (21 min). Publicado pelo canal Parabólica. Disponível em https://youtu.be/OZM86dtBFr8. Acesso em 07 set. 2021.
SIQUEIRA, V. O niilismo em Nietzsche: decadência como um processo. Colunas Tortas, [s. l.], 2014. Disponível em https://colunastortas.com.br/niilismo/. Acesso em 07 set. 2021.
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