IFSP - Cursinho Popular
Como citar este documento: MONTEIRO, Wallasse G. Romão. Equilíbrio químico. Cursinho Popular IFSP Itapetininga, Itapetininga, fev. 2021. Disponível em: https://cursinhopopular.itp.ifsp.edu.br/site/cursinho/home/materias/equilibrio-quimico.html. Acesso em: [data de acesso].
Tópicos: Introdução; Constante de equilíbrio Kc; Constante de equilíbrio e pressões parciais Kp; Grau de equilíbrio; Fatores que afetam o estado de equilíbrio; Exercícios.
Equilíbrio químico é o nome dado ao ramo da físico-química que estuda qualquer reação química que seja
, que pode ser no sentido direto ou inverso. Consiste em um processo dinâmico em que a quantidade de reagentes e produtos permanecem constantes, uma vez que os processos diretos e inversos ocorrem com a mesma rapidez.
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O seu estudo é relevante para compreender o comportamento dos reagentes e produtos de uma reação, mas também são importantes para que o equilíbrio possa ser mantido, melhorando a obtenção de certas substâncias.
A velocidade de reação no sentido direto e no sentido inverso são iguais ao atingir o ponto de equilíbrio.
Vdireta = Vinversa
No gráfico da figura 1, temos um sistema que, inicialmente, apresenta somente os reagentes A e B. No início da reação é possível observar uma velocidade maior na formação dos produtos C e D (curva em vermelho), e essa velocidade decresce - em função da diminuição da concentração dos reagentes - até chegar em um ponto de equilíbrio, em que a velocidade da reação direta (da esquerda para a direita) se iguala à velocidade da reação inversa (da direita para a esquerda).
Figura 1 - Velocidade de reação direta e inversa em função do tempo
Fonte: Wikicommons (20--?) apud Globo.com (20--?) (http://educacao.globo.com/quimica/assunto/equilibrio-quimico/equilibrio-quimico-e-constante-de-equilibrio.html)
Na figura 2, podemos observar a variação na concentração de produtos e reagentes até se atingir o ponto de equilíbrio, representado pela linha tracejada. Note que após atingir esse ponto, a concentração dos produtos e reagentes ficam constantes. Dependendo da reação, esse gráfico pode ter esses tipos de comportamentos em A e B, um em que a concentração de produtos supera a concentração de reagentes e um em que a concentração de reagentes se mantém maior que a de produtos, até atingir o ponto de equilíbrio.
Figura 2 - Variação na concentração de produtos e reagentes em função do tempo
Fonte: Descomplica, 2017 (adaptado) (https://descomplica.com.br/artigo/o-que-e-equilibrio-quimico/4Qb/)
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A constante de equilíbrio, representada por Kc, são determinadas a partir de dados experimentais. Ela é calculada a partir da razão entre a quantidade de produtos e a quantidade de reagentes.
Dos estudos sobre a lei das ações das massas, através da lei da velocidade, podemos descrever a cinética das reações químicas. Para este exemplo, teríamos:
Sendo a velocidade da reação direta, e a velocidade da reação inversa.
Já discutimos anteriormente, que uma reação reversível atinge o equilíbrio quando as velocidades no sentido direto e inverso se igualam, ou seja, .
Assim, vamos igualar os dois termos:
é o que chamamos de .
Assim:
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Considere a reação a seguir:
Suponhamos, que experimentalmente para essa reação, eu tenha obtido os seguintes resultados:
Determine a constante de equilíbrio, .
A relação entre a concentração de H2, I2 e HI é dada por , portanto podemos encontrar a constante de equilíbrio:
Observem neste outro exemplo em que temos os produtos formados em estado sólido e líquido, respectivamente. Eles não serão levados em consideração nos cálculos, já que não interferem no estado de equilíbrio.
Para descobrir a constante de equilíbrio, basta substituirmos os valores em mol.L-1 que obtivermos experimentalmente.
Constante de equilíbrio e pressões parciais Kp
Para os gases - quando ao menos um dos componentes do equilíbrio estiver no estado gasoso, seja ele reagente ou produto - podemos escrever a equação de equilíbrio em termos de pressões parciais.
Exemplo 1.
Em termos de concentração, Kc, temos a seguinte expressão
Em termos de pressão, Kp, temos a seguinte expressão:
Ela é semelhante à constante de equilíbrio KC. A diferença é que usamos as pressões parciais ao invés da concentração em mol.L-1.
Exemplo 2.
(UFES) Numa determinada temperatura, as pressões parciais de cada componente da reação , no equilíbrio, valem: Qual o valor de Kp?
(A) 1,6
(B) 2,65
(C) 0,8
(D) 0,0625
(E) 0,625
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O grau de equilíbrio, α, é a razão entre a quantidade de matéria consumida - até o estabelecimento do equilíbrio químico - e a quantidade de matéria inicial, em mol.
Exemplo 1.
No interior de um reator previamente evacuado, colocou-se 10 mols de SO3(g).
Após o estabelecimento do equilíbrio: observou-se que existiam 3,5 mols de SO3(g) em equilíbrio com SO2(g) e O2(g).
Calcule o grau de equilíbrio (α) da reação.
Fatores que afetam o estado de equilíbrio
O estado de equilíbrio de uma reação pode sofrer modificações em função dos fatores de equilíbrio a que está submetido o sistema. Os fatores que provocam essa perturbação são a concentração dos participantes, a pressão e a temperatura.
O efeito provocado pela alteração de qualquer um dos fatores de equilíbrio é regido pelo Princípio de Le Chatelier, que estabelece:
"Quando se exerce uma ação num sistema em equilíbrio, este se desloca no sentido da reação que neutraliza essa ação".
Baseado neste princípio é possível prever os efeitos de ações impostas a um sistema em equilíbrio.
Para demonstrarmos de que forma a temperatura desloca o equilíbrio em um sistema, consideremos a seguinte reação:
Primeiramente é importante observar que esta é uma reação exotérmica (∆H<0), ou seja, é uma reação que libera calor para o lado dos produtos (da esquerda para a direita). Como é uma reação reversível, essa reação será endotérmica (∆H>0), da direita para esquerda, consumindo calor.
Imaginemos que eu aumente a temperatura do sistema, o que acontecerá? Neste caso, a temperatura irá causar uma perturbação no equilíbrio, então o sistema deslocará a reação no sentido da reação que neutraliza essa ação. Uma forma de voltar ao equilíbrio é consumindo esse excesso de calor. Sabemos que o lado que consome o calor, é o lado endotérmico do sistema. Neste caso é o lado dos produtos, portanto dizemos que a reação se deslocou para a direita.
Vamos pensar na situação inversa. Se eu diminuir a temperatura do sistema, o que deve ocorrer para que o sistema volte ao equilíbrio? Neste caso, teremos que aumentar a temperatura do sistema para voltar como era antes, e o lado que gera calor é o lado exotérmico. Assim, dizemos que a reação se deslocou para a esquerda – lado dos reagentes.
A regra para a temperatura é:
Se eu diminuir a temperatura, o equilíbrio se desloca para o sentido exotérmico.
Para demonstrarmos de que forma a pressão desloca o equilíbrio em um sistema, consideremos a seguinte reação:
Diferentemente da temperatura, no caso da pressão não faz diferença a entalpia do sistema.
Primeiramente é importante observar os
de cada lado da reação. No lado dos reagentes temos 3 unidades de volume (1+2) e no lado dos produtos temos 2 unidades de volume.
A regra para a pressão é a seguinte:
No exemplo acima, concluímos que se aumentarmos a pressão do sistema a reação se deslocará para a esquerda – lado dos produtos. Caso contrário, se diminuímos a pressão, a reação se desloca para a direita – lado dos reagentes.
É importante destacar, que somente o volume das espécies gasosas são importantes. Além disso, caso ambos volumes sejam idênticos, a pressão não afeta o equilíbrio da reação.
Para demonstrarmos de que forma a concentração desloca o equilíbrio em um sistema, consideremos a mesma equação anterior:
Imaginemos que eu tenha minha reação equilibrada, e eu perturbe esse equilíbrio adicionando mais reagentes – pode ser mais N2 ou O2. Em que sentido minha reação irá se deslocar para neutralizar essa perturbação?
Se eu adicionar mais participantes, a reação passará a consumir esses participantes em excesso mais rapidamente para voltar ao equilíbrio, fazendo com que haja um maior aumento na concentração do lado oposto. Dessa forma, dizemos que a reação se desloca para o lado oposto
Catalisadores
Catalisadores são substâncias usadas para acelerar a velocidade de reações químicas, sem que elas sejam consumidas durante o processo. De maneira geral, um catalisador aje na diminuição da energia de ativação da reação química. Os catalisadores não têm efeito sobre o equilíbrio das reações, ou seja, um catalisador pode acelerar ou retardar a velocidade na qual uma reação atinge o equilíbrio sem afetar a composição do seu equilíbrio, possibilitando que as moléculas de reagentes se convertam em produtos sem sofrer modificações.
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1. A seguinte reação exotérmica acontece até atingir o equilíbrio.
O que acontece quando a temperatura diminui?
Escolha 1 resposta:
2. A seguinte reação acontece até atingir o equilíbrio.
O que acontece quando mais NO(g) é adicionado?
Escolha 1 resposta:
3. A seguinte reação acontece até atingir o equilíbrio.
O que acontece quando o gás inerte argônio, Ar (g), é adicionado?
Escolha 1 resposta:
A seguinte reação acontece até atingir o equilíbrio.
O que acontece com a reação quando o volume do recipiente onde ela ocorre aumenta?
Escolha 1 resposta:
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1. (UFRGS) Uma reação química atinge o equilíbrio quando:
a) ocorre simultaneamente nos sentidos direto e inverso.
b) as velocidades das reações direta e inversa são iguais.
c) os reagentes são totalmente consumidos.
d) a temperatura do sistema é igual à do ambiente.
e) a razão entre as concentrações dos reagentes e produtos é unitária.
2. (UFPE - PE) A fixação do nitrogênio, fundamental na produção de adubos inorgânicos, pode ser conseguida através da reação exotérmica No processo em equilíbrio, é possível aumentar a produção de amônia:
a) aumentando o volume do recipiente no qual se realiza a reação.
8. (PUC-PR) Considere o sistema em equilíbrio:
A melhor maneira de aumentar o rendimento de NH3 é:
a) aumentar a temperatura.
b) aumentar a pressão.
c) juntar um catalisador.
d) adicionar um gás inerte.
e) aumentar o volume do reator.
Referências
A CONSTANTE de equilíbrio K. Khan Academy, [s. l.], [20--?]. Disponível em: https://pt.khanacademy.org/science/chemistry/chemical-equilibrium/equilibrium-constant/a/the-equilibrium-constant-k . Acesso em: 08 mar. 2021.
CÁLCULO da constante de equilíbrio Kp usando as pressões parciais. Khan Academy, [s. l.], [20--?]. Disponível em: https://pt.khanacademy.org/science/chemistry/chemical-equilibrium/equilibrium-constant/a/calculating-equilibrium-constant-kp-using-partial-pressures . Acesso em: 08 mar. 2021.
DIAS, Diogo Lopes. Deslocamento do equilíbrio químico. Brasil Escola, [s. l.], [20--?]. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/quimica/fatores-que-alteram-equilibrio-quimico.htm. Acesso em: 10 maio 2021.
LISBOA, Julio Cezar Foschini. Química: ensino médio 2º ano. São Paulo: Edições SM, 2012. p.114-203.
USANDO o princípio de Le chatelier. Khan Academy, [s. l.], [20--?]. Disponível em: https://pt.khanacademy.org/science/chemistry/chemical-equilibrium/factors-that-affect-chemical-equilibrium/e/using-le-chatelier-s-principle-exercise?modal=1. Acesso em: 09 mar. 2021.
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